terça-feira, 20 de dezembro de 2016

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O TEATRO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: POSSIBILIDADES DE EXPRESSÕES E DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA

O presente relato, é resultado da sequencia didática sobre linguagens da arte – teatro - realizado na escola de educação infantil Lauidinei Nascimento desenvolvido durante três dias de monitoria didática na escola.
A história escolhida para a atividade foi “Dona Baratinha” de Ana Maria Machado, pois permitiria a participação de todas as crianças em decorrência do grande número de personagens, uma vez que a proposta da sequência didática seria o envolvimento destas, de modo que as possibilitassem diversas práticas de linguagem e autonomia de atuação.
No primeiro momento, exibimos um vídeo ilustrativo que abordava o conto da história, permitindo um maior encantamento, levando-os a desenvolverem gestos interpretativos, uma vez que a criança é produtora de diversas culturas, e cria sua própria história a partir de outros fatos. Diante das diversas linguagens que a criança expressa, possibilita a inserção desta no mundo letrado e social, tornando-a agente do processo social-cultural e produtora deste. Pois, as
“experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças.” (BRASIL, 1998 p.117)

            É a partir da escola, principalmente, que a criança dispõe de mecanismos que ampliem seus conhecimentos.
            No segundo momento, discutimos sobre as características de cada personagem, a emissão dos sons que é realizado por cada animal e sua importância na floresta. Os sentidos foram tomando forma de acordo ao que mais lhes chamaram a atenção.
            Em seguida, através do recorte e pintura, as crianças deram vida aos personagens, realizando-se a confecção de máscaras, que posteriormente foram utilizadas por elas na atuação do reconto da história. A medida que esta era contada cada criança que possuía a máscara correspondente ao animal citado se levantava para dramatizar e transmitir a fala associada ao seu personagem, essa atuação deu-se de forma espontânea, participativa tanto referente ao seu papel, quanto aos demais expressados pelos colegas.
            No terceiro e último momento, realizou-se para as três turmas participantes do projeto a encenação da história. A mesma foi contada pela colega Alana e teve a colaboração da supervisora e demais bolsistas. A atuação ficou na responsabilidade das bolsistas Angélica e Rejane, uma vez que em decorrência do tempo fechado, não pudemos socializar no pátio da escola. Desta vez, as crianças tornaram-se ouvintes com participações sucinta, ao entoarem o canto da Dona Baratinha, a cada momento em que ela esperava por um noivo a sua janela.
       Enfim, destacamos que essa atuação tornou-se de grande relevância para a desenvolvimento da linguagem e espontaneidade de interação entre as crianças.

REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério da Educação e do Desposto. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

Por: Angélica e Rejane

sexta-feira, 15 de julho de 2016

AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE EDUCAÇÃO INFANTIL: TEATRO


Ensaio da peça teatral - Dona Baratinha
O trabalho teatral desenvolvido na escola Luiza Ferraz é o resultado de uma proposta de intervenção que visou contemplar as múltiplas linguagens da educação infantil, tendo foco as linguagens artísticas. É notória a importância das artes no desenvolvimento das crianças pequenas e,  sendo assim, é mais do que indispensável um trabalho que contemple as mais variadas manifestações artísticas, com a finalidade de ampliar o repertório cultural, além de proporcionar às crianças o contato com situações que estimulam o seu crescimento integral.
A presente intervenção foi desenvolvida no período de três semanas e tivemos como peça norteadora a história da “Dona Baratinha” de Ana Maria Machado. No primeiro momento, lemos a história para as crianças e, em seguida, exibimos uma animação em vídeo com o mesmo roteiro. Neste processo, fomos acentuando os personagens, a desenvoltura de cada um na história, bem como suas falas e canções. Logo após, fizemos uma interpretação oral com as crianças a fim de ouvi-las quanto a compreensão de todo o contexto. Na sequência, fizemos a escolha dos personagens e iniciamos a confecção de máscaras e adereços para a realização da peça.
Na segunda parte da aula, iniciamos um pequeno ensaio de maneira tranquila e exploratória. Com roteiro em mãos, fomos mostrando para cada uma, a entonação das falas, os gestos, os movimentos e variadas questões que envolviam a oralidade e a interpretação. Para além das demonstrações, demos total espaço para que as crianças explorassem o seu potencial e se expressassem de maneira particular. Foi neste momento que percebemos o talento de alguns e o esforço de todos.
Na segunda semana de intervenção, nos atentamos aos detalhes e continuamos com o ensaio da peça. Com o auxílio do violão, organizamos um pequeno grupo que fez a parte musical da peça, como o canto da baratinha e dos animais. Juntamente com a música, os personagens foram tomando forma e as crianças foram demonstrando mais disposição e vontade, dando sentido e correspondendo de maneira brilhante a proposta trazida pelos bolsistas.
Na terceira e última semana, nos reunimos no pátio da escola para a exposição de todos os trabalhos que foram desenvolvidos durante as semanas. As crianças da peça teatral estavam animadas, ansiosas, preparadas e paramentadas. De início, ficaram tímidas com o público, mas, no final, deram um show de atuação, comprovando de maneira prática e real, a importância das artes para o despertar de habilidades e competências das crianças.
Quanto a importância do teatro Reverbel (1997) traz a seguinte contribuição:

O ensino do teatro é fundamental, pois, através dos jogos de imitação e criação, a criança é estimulada a descobrir gradualmente a si própria, ao outro e ao mundo que a rodeia. E ao longo do caminho das descobertas vai se desenvolvendo concomitantemente a aprendizagem da arte e das demais disciplinas. (REVERBEL, 1997, pág.25)

E foi com essa perspectiva que apostamos e desenvolvemos nosso trabalho com as crianças, pois foi através deste momento lúdico que ações como imitar e criar foi tomando conta da timidez e dando lugar a autonomia e a boa desenvoltura de cada participante, proporcionando um momento prazeroso e de muito aprendizado.
Sendo assim, tiramos dessa experiência ímpar, a oportunidade de se pensar seriamente sobre o lugar das artes no desenvolvimento integral das crianças de educação infantil, pois um trabalho que contempla estas linguagens, oportuniza descobertas e possibilidades amplas de crescimento e aprendizado no mais completo sentido educacional.

Referência:
REVERBEL, Olga. Um caminho do teatro na escola. São Paulo: Scipione, 1997.


Por: Glaziane Santos e Rainan Sena

domingo, 3 de julho de 2016

A MÚSICA E A DANÇA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO PARA AS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL




O trabalho com o movimento na Educação Infantil proporciona às crianças o desenvolvimento de funções motoras. É através desta descoberta que propomos no Centro de Educação Infantil Laudinei Silva Nascimento uma sequência didática oferecendo às crianças momentos de aprendizagem junto a diversidade das músicas e danças trabalhadas com elas.
 A sequencia didática funcionou de maneira dinâmica, nas turmas de Pré I e II acompanhadas pelos bolsistas, intervindo em forma de rodizio para que todas as turmas pudessem usufruir de todo aprendizado. Tratando-se do movimento na Educação Infantil, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.18) destaca que:

O movimento para a criança pequena significa muito mais do que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. A criança que se expressa e se comunica por meio de gestos e das mímicas faciais e interage utilizando fortemente o apoio do corpo. A dimensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança.

As intervenções trabalhadas tiveram como vinculo interagir as crianças umas com as outras buscando reconhecer nos momento dos encontros, uma relação independente sobre o mundo a sua volta, ganhando autonomia a partir de cada gesto articulado entre eles, desenvolvendo principalmente a coordenação motora.
Nesta perspectiva do movimento, a música e a dança possuem um papel fundamental na motricidade infantil, não somente nos gestos que produzem, mas a importância que perpassa a cada cultura que a criança vive e recria no cotidiano. E para isso, como ressalta o RCNEI (1998), há uma preocupação ou um certo cuidado para não limitar o contato das crianças com o repertório infantil, pois há determinados tipos de canções que não ajudam no desenvolvimento da criança.
Desse modo, a Inclusão da música e da dança na prática pedagógica no cotidiano da Educação Infantil requer disponibilidade e planejamento dos professores, pois o conteúdo ministrado proporciona às crianças uma aprendizagem diferenciada, favorecendo a ludicidade e criatividade das mesmas, da mesma forma que beneficia o movimento, interação e sintonia com a música e a dança.
A intervenção aconteceu em três turmas sendo uma do pré I e duas do pré II. Primeiramente as crianças assistiram vários vídeos contendo músicas infantis coreografadas, e, em seguida, de acordo ao que assistiram, juntamente com nós bolsistas, elas cantavam e dançavam, assim como inventavam também várias formas de danças para que os demais acompanhassem os seus movimentos.  
Através da música coreografada, a criança aprende a importância dos gestos, assim como criar novos passos, novas histórias e a entender melhor sobre a importância da música e da dança na vida do ser humano. Através dessa ação física, a criança harmoniza de maneira integrada as potencialidades motoras, afetivas e cognitivas, proporcionando a ela um melhor entendimento de como seu corpo funciona.
Diante da intervenção com a música e dança nos foi possível entender como ambas faz-se necessário no âmbito educacional infantil. Ao intervirmos em diferentes turmas percebemos que a aceitação da música e da dança por parte das crianças era unânime. Pois todos participavam, e as crianças que ficavam envergonhadas inicialmente, logo se rendiam aos encantos musicais que ali propomos.
Presenciamos nas turmas do pré I e II, momentos de diversão, descontração e alegria, a partir de uma metodologia satisfatória, tanto para nós bolsistas, como para as crianças, que estampavam em seus rostos a felicidade de cantar, dançar, escutar e viver a essência expressiva de sentimentos através de gestos, que consequentemente contribuem para sua autonomia, autocrítica e situações desafiadoras.  

Referencia:

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Brasília: MEC/SEF, 1998. 

quinta-feira, 16 de junho de 2016

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A SEQUÊNCIA DIDÁTICA “MÚSICA, DANÇA E ATIVIDADE FISÍCA - RETRANDO A IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL”.


O desenvolvimento de atividades como a dança, a musicalidade e a atividade física na Educação Infantil faz com que as crianças compreendam melhor o reconhecimento corporal, suas possibilidades e restrições espaciais e de tempo.  Desse modo, contribui no  desempenho das atividades que envolvem a força, resistência, velocidade e flexibilidade.
            Sendo assim, o novo ciclo de atividades e intervenções do Pibid na Escola Luíza Ferraz iniciou-se com o desenvolvimento de sequências didáticas com as linguagens artísticas dentre elas, artes plásticas e pinturas, arte cênicas e teatro,  musicais e movimento. Tendo em vista esta nova abordagem, a responsabilidade de nossa dupla foi o trabalho com as artes musicais e o movimento.
           A intervenção aconteceu da seguinte maneira: numa organização de um ciclo quinzenal foi possível, dessa vez, intervir em três salas de aula, onde, em cada uma delas, trabalhamos os diversos ritmos através de vídeos e o contato com alguns instrumentos. A apresentação das modalidades musicais brasileiras como forró, reggae, rock, axé, lambada, mpb, pagode dentre outros se deu de maneira descontraída e coesa tentando alcançar as crianças usando a linguagem delas.  Foi um trabalho realizado com umas 75 crianças, pois em cada uma das três salas tinham cerca de vinte e cinco alunos, mas o trabalho foi realizado em uma sala por vez.
          Outra atividade que decidimos trabalhar foi a aula de zumba como instrumento de exercício físico, antes de começar a aula com as músicas, mobilizávamos exercícios de alongamento e respiração. Foi maravilhoso entender o quão importante é uma abordagem lúdica e diferente no que se diz respeito ao corpo humano e ao cuidado físico, observamos que a maioria dos alunos não respiravam da maneira correta e que não conheciam algumas partes da musculatura.    
            Envolver atividades como essas na Educação Infantil é de fato motivador para as crianças, pois com a inclusão de atividades de mobilidade na metodologia do professor ele poderá transmitir ao seu aluno a chance dele brincar, de autoconhecer –se e motivá-lo a gostar de cuidar do seu corpo. Além disso,  este estilo de aula (com brincadeiras e danças) contribui para o aprendizado da criança. Atividades que envolvam, música, dança e atividade física além de estimular o movimento psíquico- motor também contribui no desenvolvimento emocional da criança, pois ajuda a criança a ter mais auto- confiança, torna-se mais criativa em seus movimentos além de trazer benéficos para a sua saúde.
            No encerramento,  fizemos a apresentação com a última turma do ciclo da música sambelê e, logo depois,  com todas as três turminhas uma aula de zumba muito animada.  A batida agitada do ritmo e os movimentos atraíram as crianças, os pibideiros, os professores e coordenadores e  outros que estavam visitando a escola. Enfim, as crianças  traziam em seus olhinhos a alegria de ver até suas professoras participando do momento.

            Esse relato de experiência teve o objetivo de apresentar as atividades realizadas na Escola de Educação Infantil Professora Luiza Ferraz com duração de quatro semanas. 


Por: Jemimah e Reinaldo

quarta-feira, 1 de junho de 2016

FAZENDO ARTE



Obras: soltando pipa e barquinho de papel do artista plástico Ivan Cruz

As artes visuais estão sempre presentes no cotidiano infantil através do desenho, pintura, colagem, gravura, escultura, fotografia, desenho no computador, vídeo, cinema, televisão e outros. Através da arte, a criança expressa seus sentimentos, medos e frustrações. Ao pintar uma tela, uma folha ou até mesmo uma parede de azulejo, ela está ampliando sua relação com o mundo de forma espontânea. Dessa maneira, a criança apropria-se de diversas linguagens adquirindo uma sensibilidade e capacidade de lidar com formas, cores, imagens, gestos, fala e sons e outras expressões. Segundo o RCNEI:

É no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que parte significativa do conhecimento em Artes Visuais acontece. No decorrer desse processo, o prazer e o domínio do gesto e da visualidade evoluem para o prazer e o domínio do próprio fazer artístico, da simbolização e da leitura de imagens (BRASIL, 1998,p.269).


Através da apresentação da vida e obra do artista plástico Ivan Cruz foi possível desenvolver com as crianças um trabalho com a releitura de algumas obras da série “Brincadeiras de Criança” onde as crianças puderam apreciar interpretar, criar e recriar suas próprias artes, despertando o gosto pelo desenho e pintura, desenvolvendo a motricidade fina da criança através da construção individual, assim também como o desenvolvimento da oralidade, interação e socialização das mesmas. No entanto, percebemos muita resistência por parte de algumas crianças na hora de fazer a releitura, isso se deve ao fato de elas não serem estimuladas a fazerem seus próprios desenhos, e isso as deixa receosas de não conseguirem fazer o mesmo.
A criança, na educação infantil, precisa ser estimulada para que ela conquiste novos saberes e construa conhecimentos. É importante que o educador apresente obras de arte de diferentes artistas e movimentos da história da arte, mas sempre deixando a criança criar a sua própria obra. Constamos que, mesmo com algumas resistências, as produções das crianças foram expressivas, elas conseguiram realizar o que nós propomos e  os resultados foram satisfatórios.

Referência:

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional de Ed. Infantil. v. 3 Brasília: MEC/SEF, 1998.


Autores: Nilson Sousa e Adnalva Nobre


quarta-feira, 20 de abril de 2016

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A SEQUENCIA DIDÁTICA "AS LINGUAGENS DA ARTE" - ARTES VISUAIS


Esse relato visa apresentar as atividades realizadas a partir da sequência didática sobre as linguagens da Arte com as crianças da Escola Laudinei Nascimento, nos dias 23 e 30 de maio de 2016. Foram escolhidos os quadros pintados por Ivan Cruz que, através das suas pinturas, retrata as mais variadas brincadeiras infantis consideradas, pelo artista, como “brincadeiras de antigamente”. As intervenções foram organizadas da seguinte forma.
No dia 23 de maio, como a turma ainda era desconhecida por nós, pedimos para que as crianças se apresentassem, após a apresentação, afim de fazer um momento voltado à acolhida das crianças em sala, selecionamos algumas cantigas de roda (Cantiga de Roda- Uma das obras de Ivan Cruz) para que as crianças expressassem seus movimentos corporais, bem como o contato com a musicalidade.
Nessa primeira intervenção, juntamo-nos às crianças sentados no chão, em formato de círculo, para fazer uma roda de conversa. Inicialmente, questionamos as crianças sobre quais tipos de brincadeiras eram conhecidas por elas; perguntou-se, também, sobre em quais locais elas costumavam brincar.
 As respostas sobre as brincadeiras e brinquedos, assim como imaginávamos, estavam todas ligadas à “modernidade”. Campos e Mello (2010), ao enfocarem os brinquedos e brincadeiras, afirmam que esses brinquedos e brincadeiras (modernos/as) acabam proporcionando, cada vez mais, momentos individuais e solitários.  Quanto aos locais, todas as crianças relataram que as brincadeiras acontecem no interior da casa. Essas respostas nos levaram a abrir uma discussão sobre a influência das novas tecnologias nos brinquedos e brincadeiras infantis. Também falamos com as crianças sobre os espaços do brincar que, hoje, são diferentes dos espaços que o pintor retrata nas obras.
 Inicialmente, foi apresentada a foto e biografia do artista Ivan Cruz, em seguida, através de slides no notebook, as crianças puderam apreciar 46 das mais de 600 obras deste artista. Durante a exibição das imagens, estivemos atentos a mostrar todos os detalhes contidos nos quadros, como por exemplo: os brinquedos e brincadeiras, cores, formas geométricas, ambientes, etc. No final da exibição, selecionamos cinco imagens para que as crianças escolhessem apenas duas para a continuidade da aula seguinte. As imagens mais votadas foram “Aviãozinho de Papel” e “Rodando Iô-iô II”.
No segundo dia de intervenção, 30 de maio, as crianças foram acolhidas em sala com uma amarelinha desenhada no chão (brincadeira retratada em um dos quadros de Ivan cruz - Amarelinha). Após essa brincadeira, as crianças foram divididas em dois grupos. Cada grupo recebeu uma impressão em papel A4 com a representação da pintura de Ivan Cruz afim de que a partir dessa imagem elas fizessem uma RELEITURA da obra em uma folha de cartolina branca.
Antecedendo o desenho à lápis e a pintura com tinta guache, as crianças foram orientadas quanto a atenção ao olhar cada detalhe contido na imagem impressa. No momento de desenhar a lápis, muitas crianças demonstraram muita habilidade na percepção dos traçados e na coordenação motora ao reproduzir na cartolina. Após as duas cartolinas estarem já desenhadas pelas crianças, orientamos cada grupo a se atentarem para o uso das cores, de modo que as cores usadas correspondessem aos desenhos originais.
Desenhar, pintar e brincar com os desenhos de Ivan Cruz, sem dúvidas, possibilitou momentos prazerosos para as crianças, inclusive para nós Bolsistas do PIBID. Essas intervenções foram essenciais no que diz respeito às socializações e interações afetivas entre as próprias crianças nos momentos da produção artística, pois, em diversos momentos, notamos que, diante da dificuldade de algum (a) colega, sempre tinha algum (a) outro (a) colega que oferecia ajuda.
 Desta forma, através dessas intervenções, a imersão das crianças no reconhecimento das artes visuais e também na própria produção artística, além da apropriação por parte das mesmas no universo das brincadeiras tradicionais, foram de extrema importância para a aprendizagem.

“A criança que não brinca não é feliz, ao adulto que quando criança não brincou, falta-lhe um pedaço no coração”. (Ivan Cruz)

Por:
Leila Stolze Gomes
Nakson Willian Silva Oliveira

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, D. A. de; MELLO, M. A. As linguagens corporais e suas implicações nas práticas pedagógicas: brinquedos, brincadeiras, jogos, tecnologias, consumo e modismos. São Carlos: Edufscar, 2010.

A contribuição do PIBID Educação Infantil na construção da Base Nacional Comum Curricular


       O PIBID, Programa Institucional Brasileiro de Iniciação a Docência é um programa hoje reconhecido em todo o país por suas ações de contribuição para melhoria da qualidade da educação, através das experiências oportunizadas durante a formação em curso dos alunos de graduação de todo país.
Com objetivo de colocar os alunos das licenciaturas em contato com o chão da escola antes mesmo dos estágios, os bolsistas do Pibid participam de todo processo de aprendizagem dentro das escolas parceiras e também fora delas em momentos importantes e históricos para o futuro da nossa educação.
A participação do Pibid hoje, na construção da Base Nacional Comum Curricular é um marco para o programa, trás a luz o que os alunos da graduação e das licenciaturas devem compreender: que educar vai além das salas de aula e da escola. É necessário pensarmos o que é melhor para a educação, o que as crianças devem aprender, o que elas já sabem, o que queremos ensinar e como ensinar. Com a Base Comum Curricular, se cumprirá a meta 7 do Plano Nacional de Educação (PNE) - fomentar a qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e da aprendizagem. A lei determina que até junho de 2016 ela seja encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE).
          Na tarde desta quinta-feira, dia 10 de março de 2016, ainda tendo esperança de que o PIBID permanecesse, os bolsistas compareceram à reunião de discussão sobre a Base Nacional Comum Curricular que teve como intenção a “definição” do que todos os alunos de nosso país têm o direito de aprender. Buscando solucionar a questão, o Ministério da Educação (MEC) convocou pesquisadores, formadores de professores e representantes de associações. O grupo vem se reunindo periodicamente para criar a base nacional comum dos currículos, um descritivo de conjunto essencial de habilidades e conhecimentos que todo o aluno deve desenvolver.
Sendo do segmento inicial da Educação Básica, a Educação Infantil vem ao longo dos últimos anos sofrendo alterações históricas, (inclusive a de fazer parte da Ed. Básica) sendo o cargo chefe de toda uma mudança estrutural e normativa que não há como negar a importância histórica de um momento como esse em nossa tão jovem democracia, inclusive com a participação do Pibid na elaboração de um documento de caráter nacional que contribuirá com a organização a nível macro e micro estrutural, num país tão grande e diverso como o Brasil.
Logicamente haverá muito que se discutir, justamente pela diversidade territorial e as muitas faces que o capitalismo imprime nas diferentes regiões brasileiras e dentro dessas suas mais variadas formas de cultura. Em entrevista e Revista Escola, Maria Beatriz Luce, secretária de Educação Básica do MEC, afirma que: "Queremos determinar direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Estamos pensando qual educação queremos e que cidadãos vamos formar”. A proposta valerá para escolas públicas e particulares do Brasil.
O debate sobre um currículo nacional é antigo. De um lado, estão os defensores de referências que garantam ao alunado de qualquer cidade ser apresentado aos conteúdos essenciais ao desenvolvimento educacional do país - fundamental à equidade no ensino. Do outro, quem crê na impossibilidade da proposta, dadas as dimensões continentais do nosso território e sua variedade cultural. O argumento é facilmente derrubado, pois a ideia é que cada rede acrescente a ela, pontos relacionados à realidade local. 
O documento será apenas o primeiro nível de concretização do currículo, que se completa após o trabalho das redes estaduais ou municipais e, posteriormente, de cada escola, com o projeto político-pedagógico (PPP) e fazer parte dessa construção, é fazer um Brasil melhor a partir dos diversos pontos de vista, é exercer a cidadania, ordem e progresso da nação.


Por: Débora Guimarães e Raelma Santos

sábado, 26 de março de 2016

RODA DE ESTUDO - PIBID EDUCAÇÃO INFANTIL



O livro Educação Infantil: formação e responsabilidade de Sônia Kramer e colaboradoras trás discussões importantes sobre gestão, culturas, infância, educação infantil, formação e pesquisa. A obra compreende textos escritos por membros do grupo de pesquisa sobre Infância, Formação e Cultura (Infoc) - composto por professores e alunos de graduação, especialização, mestrado e doutorado - e por professores do curso de especialização em Educação Infantil da PUC-Rio, os quais trazem resultados de estudos, relatos de práticas, questionamentos, indagações e proposições. 
                Nos capítulos 12, 13 e 14 foram apresentadas contribuições sobre a infância, tempos e espaços e como buscar no cotidiano escolar, uma interação com qualidade.
Para que sejam estabelecidas interações positivas e educativas, a criança precisa ter espaço adequado para suas vivências e aprendizagem. Um espaço favorável facilita as diversas interações que são necessárias nessa etapa da educação básica, viabilizando também uma forma silenciosa de educar, como tão bem pontua, Frago e Escalano (1998).
A institucionalização da Ed. Infantil, fruto de diversas lutas sociais, ainda percorre um caminho onde os trilhos são assentados sobre atitudes adultocêntricas, onde ainda não se reconhece a criança enquanto portadora de identidade nesse estágio da vida humana. Ainda reside um pensamento voltado para a criança enquanto receptora de informações, desconsiderando sua incrível capacidade de recriar as situações no cotidiano escolar e fora dele o tempo todo, podendo expressar-se com criatividade, liberdade e produzindo saberes de forma muito mais significativa.
Compreender as práticas cotidianas na educação infantil e os tempos escolares, ainda são desafios para muitos educadores.  Ver a criança como sujeito histórico ainda é complexo, pois requer desdobramentos dos profissionais de educação (não somente o professor) para compreender que a escola é um espaço diverso e cheio de possibilidades a depender do olhar que se tem sobre ela sobre a criança.
Os espaços de educação infantil devem ir além do cuidar e educar, as crianças precisam através de seu espaço/tempo, criar mecanismos onde a brincadeira se faça presente, nascendo diversos contatos dessas interações possibilitando construir saberes e reconstruir-se nesse movimento. Segundo (Tiriba, Barbosa e Santos), a relação entre educar e cuidar, principalmente nas creches visa diminuir o entendimento errôneo, onde essas duas práticas andam separadamente. O educar e cuidar pode e deve, segundo as Diretrizes para educação infantil, ser trabalhados de forma que haja uma interação entre adultos e crianças como produtoras do conhecimento a partir de suas práticas cotidianas, de forma amorosa, brincante e democrática.
Articulando o ato mental ao ato motor, Wallon afirma que toda motricidade é psicomotricidade, ou seja, o movimento, que é uma atividade muscular, sempre conta com uma qualidade afetiva/emocional.
Nesse sentido, as atividades que tem como finalidade a contenção do corpo, precisam ser repensadas e colocadas em segundo plano. Podemos notar no cotidiano escolar claramente que o que dá mais prazer às crianças é o contato com os diferentes colegas no intervalo livre. Essa experiência garante o que Wallon afirmou, pois ela é rica em elementos afetivos/emocionais e favorecem através dos conflitos, brincadeiras, momentos tensos e amistosos, entre outros aspectos, a reelaboração do que se é e do que posso tornar-me em relação aos outros em todo tempo e diferentes momentos nos espaços escolares.
O comportamento das crianças é, portanto, marcado pelas características das ações e das práticas que vivenciam cotidianamente. E a aprendizagem é fruto das interações sociais que impulsiona o desenvolvimento. A brincadeira por sua vez, provoca a aprendizagem do que ainda não se sabe; é uma forma de produção de conhecimento – construção esta que se dá por meio de ações compartilhadas – por isso é fundamental que a criança possa estar em espaços que possibilitem a criação, a construção e a imaginação.
Continuamos as discussões em torno de questões que estão relacionadas também as interações de qualidade no cotidiano da educação infantil, como buscar tal interação?
O texto reflete o desafio de uma prática de formação, que leve em conta o cotidiano como tempo-espaço, ou seja, o seu dia-a-dia, como forma para desenvolver a aprendizagem com qualidade. As Diretrizes Curriculares para Educação Infantil já afirma essa qualidade quando diz que o PPP da escola deve ter a criança como centro de toda prática educacional de aprendizagem.
Segundo Guattari (1990), diante do retrato do mundo atual, precisamos reinventar as relações entre seres humanos e natureza, também nos espaços da educação infantil. As autoras trazem três unidades de estudo para estruturar o programa de trabalho na escola. A primeira: é o desafio desse cotidiano, construído social e historicamente e que é produzido a partir dos atos, gestos, ações, olhares, ditos e não ditos de uma rede que inclui crianças, adultos que trabalham diretamente com crianças, equipes de direção, famílias e comunidade. A perspectiva de que o cotidiano é produção social e cultural assume a forma e o significado espacial e temporal que a instituição, suas equipes e as crianças lhe conferem (Barbosa 2013).
A segunda: com “paixão” se conhece o mundo: as rotinas ressignificadas. Segundo as Diretrizes no artigo 3º, o ponto de partida é levar em consideração as “experiências e os saberes das crianças” que também produz cultura nas interações, relações e práticas cotidianas. Uma prática humanizada assume as interações como ponto de partida. Tendo em vista que é na interação com o outro que os afetos e os conhecimentos se constroem, também é aí que se dão as aprendizagens sobre trabalhar com as crianças e sobre relacionar-se produtiva e democraticamente. Uma interação qualificada resulta em atividade criadora. Sujeitos que interagem, reconstroem internamente essas relações, produzindo algo novo. Para Vygotsky (2000, p.74) uma relação “entre” pessoas (interpsicológica), socialmente, é transformada num processo que é “intrapessoal” (intrapsicológica).  O que é internalizado não são as relações sociais em si, mas algo diferente, que é reconstruído pelo próprio sujeito. Desse modo, a qualidade das interações é determinante para a qualidade daquilo que se reconstrói internamente, que consequentemente será material para a imaginação criadora.
Proporcionar as crianças, momentos de interação, em que elas se sintam parte do fazer e querer fazer. Para Malaguzzi (1999, p. 93), é nesse momento que o cotidiano se materializa como tempo-espaço de produção de liberdade ou opressão.
A terceira e última unidade de trabalho, é o desfio da produção do cotidiano: construindo estratégias de constituição de equipe e estreitamento das relações entre escola e sociedade. O que de fato fazer, a estratégia, a ação que irá proporcionar esse momento de internalização de novos conhecimentos. Elaborar práticas inovadoras que esteja relacionada ao cotidiano da educação infantil.
Portanto, é preciso ampliar a experiência da criança a fim de lhe proporcionar elementos para sua atividade criadora: quanto mais ela viu, ouviu, experimentou, mais ela sabe e mais produtiva será sua imaginação.

Referência:
KRAMER, Sônia; NUNES, Maria Fernanda; CARVALHO, Maria Cristina (Orgs). Educação Infantil: formação e responsabilidade.1ed- Campinas, SP: Papirus, 2013’


Por: Débora Guimarães e Raelma Santos

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

EM TORNO DA EDUCAÇÃO INFANTIL: OLHAR, ESCUTAR E ATUAR


          O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) proporciona aos bolsistas, supervisores e coordenadores momentos de estudo de formação, os quais leva-nos a refletir sobre as práticas atribuídas na educação infantil.
O livro: Educação Infantil Formação e Responsabilidade de Sônia Kramer e organizadores, nos remete a abordagens sobre a educação infantil ou infância melhor dizendo, onde o objetivo está pautado nas ações que envolvem o conhecimento em busca dos saberes do ler, escutar e conhecer, sendo que essas, ações de caráter relevante para a formação docente em prol da qualidade do ensino da criança na educação infantil.
O texto de Anelise Nascimento e Flávia Miller, destaca a fala das crianças em suas interações, brincadeiras, práticas e interpretações de mundo, tomando essas crianças como autor social principal a partir da contextualização do campo de conhecimento, especialmente na socialização da infância. De acordo Sarmento (2008), as crianças muitas vezes são consideradas menos importantes na sociedade devido ao fato de não trabalharem e não contribuírem para o quadro econômico. Ele acredita que a criança deve ser estudada em seu próprio campo, com autonomia analítica sem a perspectiva adultocêntrica.
Historicamente a criança sempre foi vista de forma negativa, caracterizada pelo o que não podia falar ou fazer. Mas a partir do novo contexto da sociologia da infância, ela já é considerada ator social competentes, capazes de expressar suas concepções na alteridade geracional. São vistas também, como produtoras de cultura e exprime por meio dela suas concepções e interações com os pares ou os adultos.
Através da cultura infantil, são apresentadas especificidades da criança, em que o lúdico e o faz de conta se incorporam, porém, muitas instituições determinam padrões de normalidade que desempenham socialmente processos de socialização de maneira vertical e tentam caracterizar a criança a partir de uma faixa etária, configurando assim o ofício dela.
O texto compreende a experiência infantil a partir dos discursos e das ações das crianças, que se produzem na interface da cultura com os objetos e com a sociedade na qual estão inseridas, já que a infância é uma construção social, um componente da cultura. E as crianças que são atores sociais, produtoras de cultura e processos sociais, devem ser analisadas em sentido pleno, articulando-se a outras variáveis clássicas, como classe social, gênero e etnia.
       É de suma importância, compreender o que dizem as crianças sobre ser criança e como elas se posicionam socialmente diante disso. Pois o ser criança assume dimensões específicas variáveis: há um “ser criança” em relação uma criança mais velha ou em relação a uma criança mais nova e ainda diante do adulto. Isso é perceptível quando acontecem diversos diálogos entre crianças e crianças, crianças e adultos. Dessa forma, se constata que ser criança é uma questão geracional estabelecida no conhecimento do pertencimento a um grupo etário, o qual se define na relação com outros grupos sociais. Ser criança implica determinados comportamentos, cheios de nuances que indicam que como categoria não se trata de um grupo homogêneo.

Por: Alana Dantas e Cláudia Santos

Referência:
SARMENTO,M.(2008).”Sociologia da infância: Correntes e confluências”.In: SARMENTO, M. e GOUVEA, M.C.S.(orgs.) Estudos da Infância Educação e práticas sociais. Petrópolis: Vozes.  

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

RESPEITO À DIVERSIDADE




É na educação infantil que construímos grande parte dos valores que levamos por toda vida, por isso é importante que a escola desenvolva condições para o respeito e a valorização das diferenças sendo, portanto uma preocupação cotidiana dos profissionais da educação.
Realizamos várias atividades relacionadas a essa temática como: momentos literários, pinturas, artes com massa de modelar, colagem com canudos, confecção de palitoches, etc. Buscando apoio teórico e de outros materiais didáticos.
Através do vídeo “O cabelo de Lelê” da autora Valéria Belém, apresentamos para as crianças a estética negra como um importante fator na construção da identidade, pois através da busca em “dar um jeito no cabelo crespo”, que Lelê conhece a história dos países africanos e passa a valorizar suas características. Desse modo, buscamos incentivá-los na construção da autoestima através da aceitação de suas características, além do reconhecimento e aceitação do outro e suas diferenças. A partir da história, as crianças confeccionaram o cabelo de Lelê com canudos da forma que imaginaram e deixamos a disposição deles perucas de cabelo crespo, logo alguns se caracterizaram por espontânea vontade outros, porém se recusaram.

Trabalhar o respeito à diversidade e outras questões relacionadas deve ser uma tarefa contínua, que requer do educador um olhar especial com relação às necessidades da criança, procurando explorar as situações que surgem no cotidiano escolar de forma positiva.

Por: Adnalva Nobre e Nilson Cirqueira