domingo, 13 de setembro de 2015

RODA DE ESTUDO E FORMAÇÃO - PIBID EDUCAÇÃO INFANTIL




CORRESPONDÊNCIAS ENTRELAÇADAS: PERCURSOS DE PESQUISA COM FOTOGRAFIA

Ana Elisabete Lopes
Denise Sampaio Gusmão
Cristina Laclette Porte

Em mais uma reunião de formação do PIBID Educação Infantil, tivemos a oportunidade de refletirmos e discutirmos um rico texto, que nos trouxe um novo olhar para a utilização das fotografias como instrumento de pesquisa e análise no contexto educacional. Com a presença de todos os bolsistas, supervisoras e coordenadora, exploramos a pesquisa acima citada e tiramos grandes proveitos para as nossas ações de pesquisas vivenciadas nas escolas atendidas pelo programa.
De início, as autoras esclarecem o percurso da pesquisa, a sua relevância e os objetivos a serem conquistados com essa discussão. Tendo como meta demonstrar a importância das fotografias para a pesquisa, as autoras trazem para conflito a banalização desta ferramenta nos dias atuais e demonstram de forma clara e concreta a importância de se utilizar algo tão simples e eficaz como recurso para as pesquisas acadêmicas.
O texto é dividido em três grandes partes: Fotografia e Educação; Fotografia e Memória; Fotografia, Infância e Cultura Lúdica. Na sequência deste relato, mostraremos de forma sucinta a essência de cada tópico e buscaremos refletir os aspectos mais relevantes da pesquisa.

Fotografia e educação

As autoras demonstram neste ponto como a fotografia pode ser uma forte aliada no fazer pedagógico e na metodologia de pesquisa, pois ela tem a capacidade de registrar as mais variadas situações que muitas das vezes passam despercebidas aos nossos olhos. A fotografia abre novos olhares para todos os envolvidos, os quais são compartilhados, construindo novas perspectivas e análises sobre o processo de ensino e aprendizagem.
A linguagem fotográfica estabelece uma ligação dialógica entre a palavra e a imagem, uma necessidade que o ser humano está sempre buscando satisfazer. Lopes vem nos dizer como a fotografia dialoga com a realidade e contribui para a construção do olhar crítico do indivíduo.

Como meio, a fotografia dialoga com a realidade que pretende representar, com o contexto sociocultural e com os sujeitos envolvidos no ato fotográfico. Ao mesmo tempo, a mediação propiciada por esse meio favorece a revelação de subjetividades, a explicitação das diferentes formas de ver o mundo e a percepção das influencias históricas e culturais implícitas na construção do olhar. (PORTO, GUSMÃO apud LOPES, p.115,)

No exercício desta construção do olhar, o indivíduo entrará em um processo de metamorfose, na qual ele terá que deixar para traz os velhos conceitos estabelecidos, para que possam desencadear uma consciência crítica diante dos acontecimentos que ocorre dentro da sociedade em que vive.
Através deste olhar crítico o corpo integrante da escola, pode rever e repensar suas práticas, visualizando o que pode ser mudado para melhorar o processo de ensino- aprendizagem.

Fotografia, memória e narrativa

Neste outro ponto as autoras trazem um pequeno relato da desmemoria do povoado do Córrego no interior de Minas Gerais, o qual foi perdendo as tradições com a chegada da luz elétrica que com ela trouxe a televisão, fazendo com que as pessoas perdessem o hábito de dialogar entre si, trocando experiências e costumes.
Através da fotografia as autoras foram ao povoado a pedindo de uma das moradoras que se chamava Maria de Lourdes Souza, para resgatar a memória dos antepassado que ali viveram. Organizaram então, uma feira, onde todos os moradores foram convidados a participarem ativamente para trocarem experiências vividas e registrarem por meio da fotografia todos os momentos.
No segundo momento que foi a exposição das fotografias, percebeu-se então, que houve um diálogo maior entre idosos e jovens, demonstrando assim os impactos da experiência realizada por todos.
A imagem fotográfica foi de suma importância nesta pequena cidade, pois a partir dela os moradores deram novos resssignificados as seus costumes, crenças e tradições. Por meio dela foram se escavando narrativas de histórias locais que já estavam esquecidas na memória, se tornando essencial no processo rememoração daquelas pessoas.

Fotografia, infância e cultura lúdica

Neste último tópico, a autora trouxe como relato para sua pesquisa, a importância das fotografias de uma brinquedoteca desativada. Pois, a mesma atuou como coordenadora deste lugar e tinha como prática, registrar momentos de brincadeiras e interações das crianças que ali estavam presentes.
Em sequência a pesquisadora buscou fazer um contraponto entre as fotos registradas na brinquedoteca e suas fotos de família, em que apareciam seus avós quando criança com uma outra postura infantil, demonstrando como eram percebidas as crianças daquela época, início do século XX e as crianças do século XXI. Nas fotos da brinquedoteca, apareciam crianças descontraídas, se relacionando umas com as outras ou sozinhas, dando a transparecer as culturas infantis, a atuação da criança na sociedade e o seu papel quanto formadora e construtora social. Já em suas fotos de família, apareciam crianças engessadas, com poses e postura de adultos, trazendo um outro sentido para o sentimento de infância daquela época.
Um outro aspecto que é trazido neste tópico, é a questão da rememoração, prática esta, que ajudou a pesquisadora a relembrar diversos fatores fixados nas fotos, como o desenvolvimento da cultura presente naqueles momentos e até mesmo o próprio ato de brincar vivenciado por ela mesma em sua infância.
De modo geral a autora deixa claro que as fotografias nos possibilitam reconstruir alguns dos momentos perdidos de nossa mente, nos remetendo a várias instancias que com o passar dos anos foram esquecidas e adormecidas em nosso consciente.

Considerações finais

Com tudo o que foi apresentado, tivemos a certeza de que as propostas manifestadas pelas autoras, trouxeram grandes reflexões para a nossas futuras atuações quanto pesquisadores no programa. Tomar a fotografia como instrumento de pesquisa, nos abre diversas possibilidades de direcionarmos nossas observações para os diversos momentos significativos que foram registrados por câmeras e olhares.
Por tanto, esperamos que este relato possa ampliar a discussão desta temática para os demais leitores, possibilitando uma maior conscientização acerca da proposta discutida e um novo olhar para a utilização deste instrumento nas diversas pesquisas a serem realizadas.


Por Rainan Sena e Glaziane Santos – Bolsitas do PIBID Educação Infantil.