LEITURA
E CULTURA: UM CONVITE AOS PROFESSORES
Rejane Brandão Sirqueira
Maria Cristina Carvalho
O momento de estudo
do encontro de Formação do PIBID - Subprojeto de Educação Infantil tem como objetivo proporcionar momentos de
socialização entre os bolsistas, coordenadora e supervisoras, criando espaços
de discussões e apresentando reflexões sobre a infância e os processos de
formação de professores da Educação Infantil, articulando situações vividas
pelos bolsistas e supervisoras.
Teceremos comentários acerca do artigo Leitura e cultura: um convite aos
professores de autoria de Rejane Brandão Sirqueira e Maria Cristina Carvalho.
Inicialmente a pesquisa contextualiza as experiências
no interior das instituições públicas e privadas aliadas às observações e
vivências realizadas ao longo das pesquisas, desencadeando inquietações e
impulsionando reflexões que fizeram emergir questões direcionadas às políticas,
práticas e precariedade do atendimento oferecido às crianças nas pequenas
instituições, desconsiderando suas especificidades e singularidades.
Por sua vez, outro ponto citado no decorrer da
pesquisa é expandir a necessidade de discutir o cotidiano e ampliar os
conhecimentos relacionado à primeira etapa da educação básica – educação
infantil -, que se tornou o campo de estudo e pesquisa.
Nesta perspectiva a formação inicial e continuada
de professores, tem como meta nos processos de formação, sensibilizar e
mobilizar aqueles que se propõem a ser professores da criança pequena, a
reconhecê-la como cidadã, como pessoa em desenvolvimento.
O texto é dividido em três etapas: Educar
para a Sensibilidade e Educar para a Estética e Educar para a
Diversidade, que foi discutido no decorrer da relevância da pesquisa,
norteando reflexões e olhares significativos na construção e contribuição da
realidade na qual estamos inseridos e contextualizando a nossa vivência na sala
de aula e as escolas atendidas pelo programa.
Educar para a sensibilidade
As autoras estabelecem como estratégias a assumir a
possibilidade de trabalhar a literatura infantil, mediada na formação de
professores e de crianças, tendo em vista quem “quem conta histórias terá a
certeza de que a história escolhida tocará o coração das pessoas que a
ouvirão’’.
Nas narrativas constroem-se experiências, visto que
para que se tenham experiências serão necessárias inquietações, assombro,
curiosidade que permitem vislumbrar o fato vivido e guardá-lo.
Segundo Kramer (1993, p. 53), narrar não é apenas
produto de voz, mas de tudo o que é apreendido na vida social. Desse modo,
priorizar o exercício da escuta e da leitura de escritas de professores e
futuros professores, é um convite ao resgate de sua própria infância,
dando-lhes a oportunidade de ouvir a si mesmos e aos outros em um movimento de
auto-conhecimento e reconhecimento de seu papel como sujeitos, autores de seus
pensamentos e reflexões exercitando a interação com a língua.
Ao promover a narrativa, o professor está
imprimindo uma dimensão política à sua prática educativa: a criança passa a ser
concebida como sujeito, autor de sua própria história; entrelaçadas todas as
histórias compartilhadas, constrói-se uma história coletiva, viva e dinâmica.
Lembrando que o primeiro contato da criança com o livro, possibilita o registro
de suas primeiras experiências com a leitura.
Nesse sentido, vale ressaltar que o caminho
sugerido é o acesso aos livros, aos museus, às músicas, à dança, a tudo que
pressupõe expressão, e que possibilite às crianças, por meio da experiência uma
aprendizagem prazerosa e significativa na formação de seu senso estético.
Educar para a estética
O acesso ao patrimônio cultural, proporcionam a
oportunidade de refletir e valorizar a própria experiência de cultura que
permite traduzir melhor a diferença entre nós e os outros e, assim fazendo,
resgatar a nossa humanidade no outro e a do outro em nós mesmos (Da Matta
1981).
Portanto,
a valorização cultural na formação dos sujeitos Kramer e carvalho (2012, p. 33)
também mencionam a importância de valorizar a esfera cultural, sua natureza,
suas funções, suas características, suas manifestações e sua desigualdade.
Contextualizando as políticas públicas, as autoras ressaltam a acuidade da
educação em espaços não formais como parte do processo de formação cultural,
histórica, social, estética e científica.
Educar para a diversidade
A proposta é que a escola reconheça como espaço de
manifestação das diferenças e que elabore projeto de sociedade que se reflita
em uma proposta pedagógica centrada na questão humana, da criança como sujeito,
pessoa, indivíduo, dotada de vontades, desejos, posturas que a caracteriza como
parte da sociedade
Neste processo, de acordo com o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), vem apresentar que a
educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e
conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e
éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e
saudáveis. (Brasil, p. 23).
A discussão da temática igualdade e diferença no
currículo escolar abre uma rede infinita de conhecimentos e saberes que emergem
do compartilhar experiências e vivências coletivas e individuais. Sendo que a
escola é o espaço de diferenças e lugar de encontro
Portanto, encobrir as diferenças, emudecer as
diferentes vozes ou ignorá-las é suprimir o que é evidente e aportar-se de modo
antiético.
Entretanto, entender essa realidade leva à
compreensão de que a cristalização de um pensamento que estigmatiza e
discrimina impossibilita a emergência das diferenças em suas múltiplas
dimensões, deixando marcas nos afetos, nas emoções e no imaginário social e
político.
Considerações Finais
Mediante o que foi apresentado ao logo do texto, as
autoras nos fazem refletir acerca o quanto a literatura e a cultura se mostram
como fios condutores de vários cursos de formação de professores da educação
infantil, e em relevância que os professores e crianças têm o direito a
formação de qualidade e que, portanto, o direito à formação cultural é um
direito de cidadania.
Considerando tais princípios, o professor da
educação infantil terá a oportunidade de conhecer as diferentes culturas da
infância, e, ao abrir espaços dialógicos nos quais as crianças tenham vez e
voz, terão condições de conhecer sua reprodução interpretativa.
Portanto, o estudo dissemina uma amplitude para os
demais profissionais da educação, de modo que reflita por meio das suas
experiências inúmeras práticas, mas todas se configuram como oportunidades de
crescimento pessoal e profissional.
Por:
Rejane Pereira e Angélica Santos – Bolsistas do PIBID Educação Infantil