terça-feira, 16 de junho de 2015

O USO DA TESOURA NO DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE FINA


Atividade de pintura e recorte - Turma do Pré I

Durante as nossas observações enquanto participantes do PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, em uma turma de pré I, notamos a necessidade de intervenção sobre a organização do espaço pedagógico de forma a atendar as necessidades das crianças, maior investimento em contação de histórias, poemas/poesias, movimento corporal, recursos “mais” lúdicos, atividades artísticas, dentre outros. Isso não quer dizer que a escola não tem investido nessas questões; o que queremos dizer é que é preciso maior investimento por parte da escola em relação às questões apresentadas, já que elas são indispensáveis para o desenvolvimento integral das crianças que se encontram na educação infantil.
Além do que foi apresentado acima, um aspecto que nos chamou muito a atenção foi a motricidade das crianças a partir do uso da tesoura, justamente pela dificuldade que elas enfrentam na realização das atividades que exige o recorte. Desta forma, decidimos por trabalhar essa questão logo de início, incluindo também nos nossos planejamentos outras atividades que explorassem bastante a coordenação motora fina das crianças.
Antes de iniciarmos as atividades com o uso da tesoura, fizemos uma breve explicação e demonstração para as crianças sobre a melhor forma de manuseio, já que maioria sentem dificuldade até mesmo para encaixar a tesoura nos dedos.
 Estimulamos e orientamos (de forma coletiva e pessoal) as crianças para enfrentarem as formas e segmentos do recorte, bem como sobre as posições entre mãos, tesoura e objeto a ser cortado, pois, nessa faixa etária é extremamente comum as dificuldades motoras e também a percepção visual e espacial sobre o objetivo do recorte.  Durante as instruções, estivemos atentos ao respeito e aceitação sobre os limites de cada criança, pois, segundo  
Para as crianças de pré I, na faixa etária entre 5-6 anos, o uso da tesoura faz parte de atividades bastante presentes, porém as crianças ainda sentem grande dificuldade durante a realização dos recortes. Desta forma, durante os nossos planejamentos, contemplamos as atividades que explorassem de forma ampla a motricidade fina das crianças a partir do uso da tesoura, fazendo das atividades instrumentos lúdicos e prazerosos com a finalidade de transmitir ensinamentos necessários, de forma que respeitasse os limites enquanto crianças, dando a elas o direito de autonomia para a conquista dos próprios objetivos.
Uma interferência inadequada por parte do adulto pode limitar a aprendizagem da criança, além de afetar o desenvolvimento desta capacidade. A importância deste exemplo é o fato de, precisamente, ser a criança quem regula a ação, e não o adulto (GONZÁLES RODRIGUES, 2005).
Notamos resultados bem positivos durante a realização das atividades. Ficamos bastante satisfeitos com os avanços, principalmente sobre a autoconfiança que eles adquiriram, bem como sobre a habilidade manual que já se mostrava mais precisa quando comparada a antes, em relação aos recortes em diversos materiais. 


Por Nakson Oliveira e Leila Stolze



Referência: GONZÁLES, R. C. Educação física infantil: motricidade de 1 a 6 anos. [tradução de Roberto Francine Júnior]. – São Paulo: Phorte, 2005.