O
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) proporciona
aos bolsistas, supervisores e coordenadores momentos de estudo de formação, os
quais leva-nos a refletir sobre as práticas atribuídas na educação infantil.
O
livro: Educação Infantil Formação e Responsabilidade de Sônia Kramer e
organizadores, nos remete a abordagens sobre a educação infantil ou infância
melhor dizendo, onde o objetivo está pautado nas ações que envolvem o
conhecimento em busca dos saberes do ler, escutar e conhecer, sendo que essas,
ações de caráter relevante para a formação docente em prol da qualidade do
ensino da criança na educação infantil.
O
texto de Anelise Nascimento e Flávia Miller, destaca a fala das crianças em
suas interações, brincadeiras, práticas e interpretações de mundo, tomando
essas crianças como autor social principal a partir da contextualização do
campo de conhecimento, especialmente na socialização da infância. De acordo Sarmento
(2008), as crianças muitas vezes são consideradas menos importantes na
sociedade devido ao fato de não trabalharem e não contribuírem para o quadro
econômico. Ele acredita que a criança deve ser estudada em seu próprio campo,
com autonomia analítica sem a perspectiva adultocêntrica.
Historicamente
a criança sempre foi vista de forma negativa, caracterizada pelo o que não
podia falar ou fazer. Mas a partir do novo contexto da sociologia da infância,
ela já é considerada ator social competentes, capazes de expressar suas
concepções na alteridade geracional. São vistas também, como produtoras de
cultura e exprime por meio dela suas concepções e interações com os pares ou os
adultos.
Através da cultura infantil,
são apresentadas especificidades da criança, em que o lúdico e o faz de conta
se incorporam, porém, muitas instituições determinam padrões de normalidade que
desempenham socialmente processos de socialização de maneira vertical e tentam
caracterizar a criança a partir de uma faixa etária, configurando assim o
ofício dela.
O
texto compreende a experiência infantil a partir dos discursos e das ações das
crianças, que se produzem na interface da cultura com os objetos e com a
sociedade na qual estão inseridas, já que a infância é uma construção social,
um componente da cultura. E as crianças que são atores sociais, produtoras de cultura
e processos sociais, devem ser analisadas em sentido pleno, articulando-se a
outras variáveis clássicas, como classe social, gênero e etnia.
É de suma importância,
compreender o que dizem as crianças sobre ser criança e como elas se posicionam
socialmente diante disso. Pois o ser criança assume dimensões específicas
variáveis: há um “ser criança” em relação uma criança mais velha ou em relação
a uma criança mais nova e ainda diante do adulto. Isso é perceptível quando
acontecem diversos diálogos entre crianças e crianças, crianças e adultos.
Dessa forma, se constata que ser criança é uma questão geracional estabelecida
no conhecimento do pertencimento a um grupo etário, o qual se define na relação
com outros grupos sociais. Ser criança implica determinados comportamentos,
cheios de nuances que indicam que como categoria não se trata de um grupo
homogêneo.
Por: Alana Dantas e Cláudia Santos
Referência:
SARMENTO,M.(2008).”Sociologia da infância: Correntes e
confluências”.In: SARMENTO, M. e GOUVEA, M.C.S.(orgs.) Estudos da Infância
Educação e práticas sociais. Petrópolis: Vozes.