quarta-feira, 20 de abril de 2016

RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A SEQUENCIA DIDÁTICA "AS LINGUAGENS DA ARTE" - ARTES VISUAIS


Esse relato visa apresentar as atividades realizadas a partir da sequência didática sobre as linguagens da Arte com as crianças da Escola Laudinei Nascimento, nos dias 23 e 30 de maio de 2016. Foram escolhidos os quadros pintados por Ivan Cruz que, através das suas pinturas, retrata as mais variadas brincadeiras infantis consideradas, pelo artista, como “brincadeiras de antigamente”. As intervenções foram organizadas da seguinte forma.
No dia 23 de maio, como a turma ainda era desconhecida por nós, pedimos para que as crianças se apresentassem, após a apresentação, afim de fazer um momento voltado à acolhida das crianças em sala, selecionamos algumas cantigas de roda (Cantiga de Roda- Uma das obras de Ivan Cruz) para que as crianças expressassem seus movimentos corporais, bem como o contato com a musicalidade.
Nessa primeira intervenção, juntamo-nos às crianças sentados no chão, em formato de círculo, para fazer uma roda de conversa. Inicialmente, questionamos as crianças sobre quais tipos de brincadeiras eram conhecidas por elas; perguntou-se, também, sobre em quais locais elas costumavam brincar.
 As respostas sobre as brincadeiras e brinquedos, assim como imaginávamos, estavam todas ligadas à “modernidade”. Campos e Mello (2010), ao enfocarem os brinquedos e brincadeiras, afirmam que esses brinquedos e brincadeiras (modernos/as) acabam proporcionando, cada vez mais, momentos individuais e solitários.  Quanto aos locais, todas as crianças relataram que as brincadeiras acontecem no interior da casa. Essas respostas nos levaram a abrir uma discussão sobre a influência das novas tecnologias nos brinquedos e brincadeiras infantis. Também falamos com as crianças sobre os espaços do brincar que, hoje, são diferentes dos espaços que o pintor retrata nas obras.
 Inicialmente, foi apresentada a foto e biografia do artista Ivan Cruz, em seguida, através de slides no notebook, as crianças puderam apreciar 46 das mais de 600 obras deste artista. Durante a exibição das imagens, estivemos atentos a mostrar todos os detalhes contidos nos quadros, como por exemplo: os brinquedos e brincadeiras, cores, formas geométricas, ambientes, etc. No final da exibição, selecionamos cinco imagens para que as crianças escolhessem apenas duas para a continuidade da aula seguinte. As imagens mais votadas foram “Aviãozinho de Papel” e “Rodando Iô-iô II”.
No segundo dia de intervenção, 30 de maio, as crianças foram acolhidas em sala com uma amarelinha desenhada no chão (brincadeira retratada em um dos quadros de Ivan cruz - Amarelinha). Após essa brincadeira, as crianças foram divididas em dois grupos. Cada grupo recebeu uma impressão em papel A4 com a representação da pintura de Ivan Cruz afim de que a partir dessa imagem elas fizessem uma RELEITURA da obra em uma folha de cartolina branca.
Antecedendo o desenho à lápis e a pintura com tinta guache, as crianças foram orientadas quanto a atenção ao olhar cada detalhe contido na imagem impressa. No momento de desenhar a lápis, muitas crianças demonstraram muita habilidade na percepção dos traçados e na coordenação motora ao reproduzir na cartolina. Após as duas cartolinas estarem já desenhadas pelas crianças, orientamos cada grupo a se atentarem para o uso das cores, de modo que as cores usadas correspondessem aos desenhos originais.
Desenhar, pintar e brincar com os desenhos de Ivan Cruz, sem dúvidas, possibilitou momentos prazerosos para as crianças, inclusive para nós Bolsistas do PIBID. Essas intervenções foram essenciais no que diz respeito às socializações e interações afetivas entre as próprias crianças nos momentos da produção artística, pois, em diversos momentos, notamos que, diante da dificuldade de algum (a) colega, sempre tinha algum (a) outro (a) colega que oferecia ajuda.
 Desta forma, através dessas intervenções, a imersão das crianças no reconhecimento das artes visuais e também na própria produção artística, além da apropriação por parte das mesmas no universo das brincadeiras tradicionais, foram de extrema importância para a aprendizagem.

“A criança que não brinca não é feliz, ao adulto que quando criança não brincou, falta-lhe um pedaço no coração”. (Ivan Cruz)

Por:
Leila Stolze Gomes
Nakson Willian Silva Oliveira

REFERÊNCIAS:

CAMPOS, D. A. de; MELLO, M. A. As linguagens corporais e suas implicações nas práticas pedagógicas: brinquedos, brincadeiras, jogos, tecnologias, consumo e modismos. São Carlos: Edufscar, 2010.

A contribuição do PIBID Educação Infantil na construção da Base Nacional Comum Curricular


       O PIBID, Programa Institucional Brasileiro de Iniciação a Docência é um programa hoje reconhecido em todo o país por suas ações de contribuição para melhoria da qualidade da educação, através das experiências oportunizadas durante a formação em curso dos alunos de graduação de todo país.
Com objetivo de colocar os alunos das licenciaturas em contato com o chão da escola antes mesmo dos estágios, os bolsistas do Pibid participam de todo processo de aprendizagem dentro das escolas parceiras e também fora delas em momentos importantes e históricos para o futuro da nossa educação.
A participação do Pibid hoje, na construção da Base Nacional Comum Curricular é um marco para o programa, trás a luz o que os alunos da graduação e das licenciaturas devem compreender: que educar vai além das salas de aula e da escola. É necessário pensarmos o que é melhor para a educação, o que as crianças devem aprender, o que elas já sabem, o que queremos ensinar e como ensinar. Com a Base Comum Curricular, se cumprirá a meta 7 do Plano Nacional de Educação (PNE) - fomentar a qualidade da Educação Básica, do fluxo escolar e da aprendizagem. A lei determina que até junho de 2016 ela seja encaminhada ao Conselho Nacional de Educação (CNE).
          Na tarde desta quinta-feira, dia 10 de março de 2016, ainda tendo esperança de que o PIBID permanecesse, os bolsistas compareceram à reunião de discussão sobre a Base Nacional Comum Curricular que teve como intenção a “definição” do que todos os alunos de nosso país têm o direito de aprender. Buscando solucionar a questão, o Ministério da Educação (MEC) convocou pesquisadores, formadores de professores e representantes de associações. O grupo vem se reunindo periodicamente para criar a base nacional comum dos currículos, um descritivo de conjunto essencial de habilidades e conhecimentos que todo o aluno deve desenvolver.
Sendo do segmento inicial da Educação Básica, a Educação Infantil vem ao longo dos últimos anos sofrendo alterações históricas, (inclusive a de fazer parte da Ed. Básica) sendo o cargo chefe de toda uma mudança estrutural e normativa que não há como negar a importância histórica de um momento como esse em nossa tão jovem democracia, inclusive com a participação do Pibid na elaboração de um documento de caráter nacional que contribuirá com a organização a nível macro e micro estrutural, num país tão grande e diverso como o Brasil.
Logicamente haverá muito que se discutir, justamente pela diversidade territorial e as muitas faces que o capitalismo imprime nas diferentes regiões brasileiras e dentro dessas suas mais variadas formas de cultura. Em entrevista e Revista Escola, Maria Beatriz Luce, secretária de Educação Básica do MEC, afirma que: "Queremos determinar direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Estamos pensando qual educação queremos e que cidadãos vamos formar”. A proposta valerá para escolas públicas e particulares do Brasil.
O debate sobre um currículo nacional é antigo. De um lado, estão os defensores de referências que garantam ao alunado de qualquer cidade ser apresentado aos conteúdos essenciais ao desenvolvimento educacional do país - fundamental à equidade no ensino. Do outro, quem crê na impossibilidade da proposta, dadas as dimensões continentais do nosso território e sua variedade cultural. O argumento é facilmente derrubado, pois a ideia é que cada rede acrescente a ela, pontos relacionados à realidade local. 
O documento será apenas o primeiro nível de concretização do currículo, que se completa após o trabalho das redes estaduais ou municipais e, posteriormente, de cada escola, com o projeto político-pedagógico (PPP) e fazer parte dessa construção, é fazer um Brasil melhor a partir dos diversos pontos de vista, é exercer a cidadania, ordem e progresso da nação.


Por: Débora Guimarães e Raelma Santos